Vestígios

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O amor não existe.

"Eu sentia profunda falta de alguma coisa que não sabia o que era. Sabia só que doía, doía. Sem remédio."  (Caio F. Abreu)

Não existe. E nem vem contrariando, torcendo nariz e fazendo cara feia. Não sou negativa, não sou uma pessoa triste com a vida, nem nada assim. Só estou dizendo a verdade. Não existe, oras. E ponto. Já viu alguém ser feliz pra sempre, por aí? Aqui não existe o "felizes pra sempre" porque a vida é complexa demais pra nos oferecer o pra sempre. A gente tem os momentos, dias, horas e minutos de felicidade, mas o pra sempre não existe não. Já disse: sem cara feia porque nem tenho medo e nem quero ouvir tuas contestações, menos ainda teus versos ensaiados pra tentar aquecer o coração dos bobos. Eu sou boba. Nem precisava dizer. Sei que sou. Acreditei tanto, esperei tanto e me diz praquê? Ih, melhor nem dizer. Fica quieta e só escuta. Claro que já acreditei em tudo que me disse durante a vida inteira, e nem sei se realmente deixei de acreditar. Sabe como é, né? Coração idiota. E nesses últimos tempos tenho sentido faltas, e nada supre. Tenho visto tantas coisas ruins. Em tudo. Todos os lugares. Tudo se desfazendo. Desintegrando, como se fugisse da palma da mão. Levado pelo vento, sem previsão de volta. Não deve voltar. E dessa vez não ficarei sentada na varanda esperando que volte. Já aprendi que não volta. Pára! Sabe bem que o que você diz só existe no cinema. Aqui, não. O amor não existe. E ponto final. Quer rebater, me convence então que ele existe. Sem ensaios, versos bonitos e cenas de cinema. Eu quero o real. Me mostra que ele existe na nossa vida. Mostra. Quero ver, então.

- E eu vim aqui pra te mostrar, minha menina.

“Tudo mudou, você sabe. Tempestade de emoção vem percorrendo cada poro meu com uma intensidade sem medida (e amor não se mede – se respira). Hoje já não sou mais o mesmo de antes. Nem eu, nem você. Fiquei muito tempo fora de ti, e mesmo permanecendo ao teu lado, ansiava estar do lado de dentro: seria como retornar pra casa, pro lar que nunca admiti ser meu. Mas era, e no fundo, sempre foi. Desculpe minha teimosia e meus modos de cavalheiro errante. Eu errei tentando acertar. Aqui estou, e agora totalmente entregue. Meu medo é de que não me perdoe, que tenha se cansado da espera e de meus atos reticentes, que tenha acreditado nas palavras arredias que disse, numa vã esperança de te despistar. Perdoe-me. Hesitei quando percebi o que me fazia sentir, porque era algo muito forte, muito maior do que aqueles poetas tolos diziam nos livros que comecei a ler por sua causa, ou nas composições dos CDs que me acompanhavam na volta pra casa. Agora também sinto-me como um tolo: não consigo exprimir com toda a exatidão esse fogo que me consome cada vez que seus olhos sorriem pra mim. Ultrapassa toda a razão. E quer saber? Dane-se. Razão nunca me fez companhia quando mais precisei, mas você esteve sempre lá, comigo, com olhos de anjo e um sorriso que me fazia ganhar o dia, e na certeza de que em meio a tantos contras, era somente ele que me bastava – e isso você não percebia. E se o apego não quer ir embora, deixe(me) ficar. Passagem não tem volta. Nosso amor é um caminho sem ponto final. E não é coisa de Hollywood não, porquê, se fosse, teria acertado nossos ponteiros há mais tempo, e pra nossa história esse tempo veio lá de cima, consertando todas as curvas e curando todas as cicatrizes que ainda estavam abertas. Mas agora, nesse presente, você é quem garante novamente o palpitar da minha vida. Quero estar dentro de ti, então estenda a sua mão, nossa hora é agora. Reticências ficaram pra trás, e essas faltas também. Não é costume. É amor, enfim. Te amo, nega.”

Num dueto com Glau, preciosidade da minha vida.

10 comentários:

Anônimo disse...

Medo! É como eu vejo esse começo confuso. De repente, por mais que pudéssemos estar esperando, assim, como sempre estamos, ele chega. Um Susto. Me vejo ali, parei exatamente ali, na parte do cavaleiro errante que erra querendo acertar. E como eu tive medo. Só acho que não existam perdões, permissões, coisas do tipo. Sempre fui adepto das invasões. Sinto como se tudo fosse um grande jogo de risco sabe? Viver é arriscado, amar então. E a gente joga, se joga, investindo todas as fichas no que julgamos valer, podendo perder. Às vezes perdemos. Deus nos acuda. Salgado é o gosto das lágrimas, mas tão doce o recomeçar. Que sejamos breves entre um tombo e outro. Depois, que não mais existam os intervalos. Seja azul, e seja! :**

Vocês estiveram sublimes. Obrigado

Glau Ribeiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Glau Ribeiro disse...

Só você pra acalmar mesmo esse meu coração né? Que insiste em se revoltar as vezes, como foi dessa vez. Daí o tempo veio me mostrar que passa. Que a tristeza passa. Que o amor passa. E que a felicidade por ter vivido e sentido fica. E que não importa MESMO o que aconteça, o melhor de tudo é ter o amor dele sempre por perto. Lindo como sempre foi.

O que mais importa é o sentir sim. Apesar de que naquela época eu não concordava com nada que você dizia. Ainda mais quando eram palavras ensaiadas-lindas pra tentar me amolecer. Lembro daquela nossa conversa e de você tentando me convencer de todo jeito. Advogada do amor você é, Xu. Defende ele de tudo e de todos. =)

Amo demais você, sabe disso.

E siiiim, nem concordo mais com o título desse nosso texto. Porque o amor existe SIM! =) Prontofalei!

Beijo.

Ricardo Rodrigues disse...

e eu ainda a procurar o amor... pensei q iria encontrar hj... mas nem precisou de ela dizer não... mas eu entendi...

Byers disse...

Oie flor! tem selo pra vc no rubens medeyros!

bjos e boa semana!

Alexandre Lucio Fernandes disse...

Olha, acho que se eu tivesse dúvidas acabaria aqui.

Porque esse blog é o amor em pessoa...

Lindo lindo.
;)

gostei da leveza tão doce e apaixonante do seu blog.

Acho que volto pra me emocionar.

Beijos

Eu, Thiago Assis disse...

Quer dizer que não existe felicidade, mas apenas pausas na tristeza? Oo
Não é pq não se sabe definir que se pode afirmar que não existe.. muitos acreditam em Deus sem saber defini-Lo.

Acho que a resposta dada no segundo trecho foi bem a altura -]

Monday disse...

Os Lobobos uivam quando querem fazer amor na calada da noite, que perde seu silêncio, sopra nuvens e abre céu estrelado e lua brilhante ...

O amor existe e está sempre lá, mas não basta apenas olhar e vê-lo, é preciso saber enxergá-lo ...

E quando você pensar que a alcatéia se foi e com ela foram todos, sempre se deverá dar uma última olhada, pois Lobobos se desgarram do grupo só pra ver Chapéuzinho passar ...

Pâmela Marques disse...

Que achado!
De fato há dias de tristeza e felicidade. Tudo tem seu tempo certo, né? Há dias de primavera e outros tempestuosos. Tempestade sempre vem mais, fato isso.
Não tenho palavras para expressar o quão encantada fiquei com o teu blog, escreves de uma maneira que me prende completamente. Raro.
E sabe, moça, todos os amores tem cicatrizes e mesmo assim continuam sendo belos.

Beijo doce.

Anônimo disse...

Saudades que nem cabem mais aqui....




Glau