Vestígios

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Título em branco.

“É como se a gente pressentisse
Tudo que o amor não disse
Diz agora essa aflição”
*

Queria que não doesse, e queria me fingir de forte. Queria ignorar as lágrimas que caem, e dizer que aquelas palavras não-ditas não me faziam falta.

E é querer, apenas.

Quis também mostrar um arco-iris inteiro, permeado em nuances de esperança que se perdiam nos tons de saudosismo insistente. Voltar no tempo e ter a certeza que faria tudo novamente, como sempre fiz.

Roubar todas as cores pra mim, te fazer aquarela. Em borrões de tinta, de um abstrato pra te fazer concreto. Ímpeto absurdo ao querer resgatar teus pincéis, há tempos esquecidos, perdidos nessa tua desorganização proposital. Queria e não quero, se é pra assim ser, forçado e não recíproco.

Tenho tanta lembrança, e de tanta 'pouca' coisa, você me diria. Mas eram desses detalhes que constituíam o meu todo de felicidade. Foi num sorriso que me perdi, num toque que me consumia por inteira, e fazia meus suspiros serem absorvidos em goles da certeza de um futuro, e tão urgente ele era.

Saudade, simples assim.

E hoje não adianta te dizer que ela não dói, de que a fiz insípida em minha boca. Ela ainda tem gosto de passado, presente e futuro. Aquele olhar que me vinha de soslaio, e cheio de desejo, me deixando como lava em suas mãos, ainda arde em meio as minhas lembranças.

E te todas as palavras que daqui saíram, quis tomá-las para mim novamente: Da mesma boca que diz que Ama, te deixar um silêncio. Um silêncio que não quer calar, mas que fica guardado no fundo da gaveta, num baú de fantasias, à espera do baile da meia noite que foi prometido.

Vem, traz o tempo.

Traz as canções. Traz o amor. Venha do jeito que for. Faz a inspiração voltar. E eu sei que volta, porque as notas estão aqui, à espera. O vento não faz sentido anti-horário, e eu vou em busca da brisa mais fresca, do canto mais alto, da incerteza mais certa, da paixão mais avessa, da sedução mais pura, e nua. Desse sonho tão entregue.

Tamires Lima.

*Lenine

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Ps: Sei que está repetitivo pedir tantas desculpas, mas o tempo realmente está escasso na preparação do Trabalho de Conclusão Curso da faculdade. Mas quero que saibam que sinto saudades de ler vcs com mais frequência, pq realmemente, por aqui, cada dia é um aprendizado. E uma delicia sem tamanho. Obrigada por tudo, sempre.

Ps2: Título REALMENTE em branco.

16 comentários:

Paloma Flores disse...

Muito, muito lindo!

Glau Ribeiro disse...

Queridíssima(o) anônima(o),

Você sabe o significado da palavra infantil? Pelas tuas palavras aí em cima, acho que sabe com exatidão. Infantil é você de chegar na casa de uma pessoa e vir com frases e palavras totalmente desnecessárias. Sabe o que é mais infantil? Você julgar histórias e sentimentos de outras pessoas. Momentos esses, que você sequer viveu. Então, minha querida(o), aquele ditado que diz "em boca fechada não entra mosquito" se encaixa exatamente aqui. Ninguém tá muito interessado no que você sabe ou no que você não sabe. Esse espaço é da Tamires. Deixa tentar explicar: T-A-M-I-R-E-S. E aqui, ela escreve o que bem entender e fodas pro resto que morre de inveja sabe-se-lá-de-que-e-porque.

Se ela encontra pessoas pelo caminho que não valem a pena, da mesma forma que essas pessoas chegam elas vão. E graças a Deus que elas vão embora. Porque a vida dela tá cercada de gente do bem. Que não brinca com sentimento alheio. E que AMA ela incondicionalmente, porque uma pessoa com coração tão lindo quanto o dela tá dificil de ver.

Então, só pra você entender: não é ela quem tá fazendo papel de ridícula. Não é ela quem foi infantil.

Quem sabe um dia a vida te ensina.

Se cuida, querida.

Tamires Lima disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jaya Magalhães disse...

Ô, meu Deus! Como arde todo esse amor-demais quando não se permite entregá-lo inteiro. Como arde, quando a gente é puro sentimento, e grita, emana, pulsa essa inconstância doce.

Ah, Tami! Que venha. E se não vier, que você vá. Solta. E linda, como só você consegue ser, nessas horas.

Carinho, muito carinho.

Ricardo Rodrigues disse...

eu preciso de um pouco de amor...

Unknown disse...

Gostaria que a infantil se identificasse, pois nem mesmo isso tem coragem.
Em vez de escrever tanta besteira deveria se doar para alguém que precisa, animais e tantas cças precisando, mas com esse rancor é melhor deixar pra lá.
Ridícula, é esse sinônimo que dou pra vc, se é que sabe o que é isso!!
Tá, te adoro!!!Não liga pra essa gentalha invejosa!!!!rsrsrssrsrs

Eu, Thiago Assis disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Eu, Thiago Assis disse...

Não dá pra ignorar tudo, né?
às vezes a gnt cede.

Vinicius disse...

Pode o titulo ser ou estar em branco, mas o que dizem as palavras, embora ditas - sempre ficam. Abraço.

Rabisco disse...

Olá Tamires!
Gostei tanto deste post!
Podemos querer tanto cessar as lágrimas, permitir um retorno no tempo, a volta da saudade e do real.
Mas sabes?
Penso que tudo isso faz parte e mesmo a doer tanto, é um caminho que temos de percorrer...
Para isso...força!

Beijinhos

Jaya Magalhães disse...

Te desejo a sorte do mundo inteiro, com o TCC. Porque preparo sei que mora aí.

Sucesso, Tami!

Um beijo e um carinho.

Glau Ribeiro disse...

Saudaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaade!

Ricardo Rodrigues disse...

escrever... revista... cultura pop... interessa a ti?

ricardorrrodrigues@gmail.com

Ricardo Rodrigues disse...

certo senhorita... aguardo vc entao

beijao e se cuida

Jaya Magalhães disse...

Sumidíssima.

Aline Aguayo disse...

Nossa, quanta preocupação o colega anônimo tem com você não?! É o mal da humanidade, as pessoas cuidam da vida dos outros e esquecem de cuidar delas proprias e bla bla bla.
Agora, a maior infantilidade foi de quem mesmo??
Gente com moral, pra mim, não esconde a cara, o nome, ou o que for.
Ahh pessoas diminutas.. não fedem e nem cheiram!

..

Lindo o texto amada! Como sempre, você e a Glau, inspiração dia e noite, noite e dia, sem parar! Adoooro!

;*