Vestígios

domingo, 26 de abril de 2009

Do verbo passado.

[...] que foi presente.

Daqueles incandescentes dias vividos, me perco no sopro das lembranças deixadas. Elas me trazem você aqui, mais uma vez. Num fluxo suave de lágrimas saudosas. Te materializo, e sinto arrepios de meu corpo misturarem-se aos seus. Sim, você está em mim, em cada entranha, em cada poro. Recordo cada conversa que partilhamos, cada riso incontido, cada silêncio trocado. Lembro das brigas ensaiadas, pra fazer final bonito, regado em toda cadência desenfreada de paixão, sempre crescente: aquela mesma que nos ficou tão apegada, tão intensa, e nunca ausente. Coisa boa, e tão nossa, era. Mostrava toda aquela magicidade, digna dos grandes palcos, em enredo de controvérsias reais, daqueles que fazem uma gota virar maré cheia. Que dizia o tempo ser nosso, de forma integral e sem intervalos pra comerciais fictícios. O agora era o que importava, e afinal, era o nosso maior presente. Não tínhamos passado, e jogamos nosso futuro em apostas ao mar – para ilhas isoladas e perdidas em vendavais de puro surrealismo. O que ficou, entre nós, foram olhares entrecortados, de desejo e de cumplicidade mútua. Demos as mãos e fugimos. Lembra? Fugimos e nos perdemos no interior de nossas almas, sempre vivendo mais do que sonhamos. Sempre a juntar nossas asas em um único vôo. E daqui, desta varanda de descobertas, te vejo sorrir, matreiro, em meio as minhas memórias: O tempo não pára, você teimava. E eu sempre discordava: Ele pára sim. Pára no momento em que minha mente fotografava cada respirar vivenciado a dois. Até do seu calor eu fiz retrato. Aconchegado, sabe? Nem tinha pressa que fosse embora. Deixei tudo guardado no meu pretérito (mais) perfeito. E por esses instantes únicos, eu não me importei com o amanhã. Eu tinha fome de mais. MAIS e MAIS. Registrar aos montes, os instantes mais lindos que me permiti viver. E, trouxe comigo, um baú imenso que repleto ficou de contos verdadeiros. Contos que assim se fazem: São curtos, fáceis de ler. Em qualquer momento nosso olhar faz releitura. E o tempo ali, permaneceu: Contra o relógio, guardado em pensamento.

"Vivendo o presente,
pra num futuro, ser passado
com sabor de quero mais"

por Tamires Lima.
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...
Ps: Como trilha: Tempo, por Rosa de Saron. Composição de Eduardo Faro.
PSs: Ganhei selos lindos de presente, de muita gente querida daqui. E sei que estou devendo postar, porém estou providenciando o cantinho- todo especial- deles, ok? Nunca esquecidos. Obrigada a cada um!

24 comentários:

Mateus Araujo disse...

É o que a escrita nos faz: vivenciar os melhores momentos em que nos ocorreram e fazer deles outros novos das quais melhoram a nossa existência!
Muituu linduuLL
askoskaskaokaksoaksa

:)

Bjoo

Manuela disse...

Seu texto é de uma delicadeza indescritivel! Parabéns ;)

Edgard Ájax disse...

Sabe tudo! Te encontro no "seguidores" ok!
www.ajax-noticias.blogspot.com
www.ajax-pucci.blogspot.com
UM ABRAÇO E BOA SORTE!
AJAX

Mônica disse...

Faz um tempinho q não passo por aqui, mas depois desta postagem não tenho como não passar e te parabenizar,mais uma vez, pq sinceramente esta LINDO,(ou melhor todos estão), AMEI. E vc a cada dia me encanta mais e mais com as suas doces e belas palavras, o que resta a dizer.BRAVO.

Monday disse...

Chapeuzinho, esses seus textos estão ficando cada vez mais saborosos, fluindo cada vez melhor, deliciosos de se ler ...

Você já chegou a ler a Flavinha (Sabe de uma coisa?)? Ela fechou o blog só para associados (rsss) e tem escrito muito pouco, mas te lendo aqui me lembrou dela lá ... e ela escreve muito bem ...

As palavras estão se encaixando com perfeição, o ritmo fica sem quebras e os olhos deslizam fácil a te ler ...

Quando eu crescer, vou querer escrever assim bonito que nem que tu ...

bjks

Glau Ribeiro disse...

Aaaaaaaaaaaaaaaaah Xu, que eu tô me derretendo do lado de cá. Num sei o que você faz com essas palavras que quando eu leio, faço releitura da minha vida, do passado que tá sempre presente no meu peito. C sabe, né.

"E o tempo ali, permaneceu: Contra o relógio, guardado em pensamento."

Você tá arrebentando, Florzinha. Tá fazendo coração aqui ficar aconchegado em meio aos passados que sempre dão um jeitinho de voltar a doer.

"Vivendo o presente,
pra num futuro, ser passado
com sabor de quero mais"

Aaaaaaaaaah, dá vontade de repetir tudo que você disse. hehehe.

Amo tantão, viu.

Beeeeeejo! =)

João Moreira disse...

Olá querida,
É verdade, vivemos um presente mas sempre com o passado nas nossas mentes, esperando que sejam mais as boas recordações que as más.
Fica bem amiga
Beijos perfumados

D.Ramírez disse...

Saudades daqui tvm Tamires
E com lógica, basta te ler, como esse texto postado aqui. Nem poderia ser diferente, por isso adoro aqui.
Besos

Larissa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Larissa disse...

Até do calor você fez retrato.
Adorei, tudo tão intenso, tão verdadeiro. :)

Aline Aguayo disse...

Aii!Já virei fã!
Adoooro passar por aqui.
É dose de "suspiros" diários.
Lindo texto menina.

Beeeijo!

Eu, Thiago Assis disse...

E eu adorei a tua reflexão sobre o q eu havia escrito *.*

hey, o começo desse teu texto me lembrou a musica "Equalize", da Pitty, q eu acho a letra linda (a melodia tbm), mas não ouvia/cantava há mto tempo. ^^

Outra linda postagem.

ps.: não consigo imaginar como vou ler tudo sem o acento do "pára"... ¬¬'


www.thiagogaru.blogspot.com

Manuela disse...

Oi! Acabei de ler o que você escreveu no texto "Maceió. uma grande cidade?" agora.

Pois é. Não tem como não se lembrar do João Hélio... E concordo, ele virou um anjinho precoce, precoce demais... Graças a Deus o Gabriel ainda esta entre nós! Confesso que meu relacionamento com os meus vizinhos, pais deles, não passava de pura educação, bom dia, boa tarde e boa noite. Sabe como é infelizmente ultimamente ninguém tem tempo para nada, nem para conhecer aquele que mora ao lado. Apesar disso, não posso negar que é muito gostoso ouvir o choro desse pequeno. Ele nasceu de novo. E tem toda uma vida pela frente, tenho certeza que uma bela vida!

Nossa!No momento da confusão eu não sabia quem era, nem o que tinha acontecido ao certo, mas nunca vou esquecer o grito de desespero daquela mãe. Graças a Deus posso dizer que também não esquecerei o grande alivio que senti ao saber que tinham achado o Gabriel, que ele estava vivo! Não sou mãe e apesar de vizinha também não sou intima da mãe, mas... Foi um momento de paz, todos aplaudindo, a criança voltando para os braços de sua mãe... Poxa!Senti um alivio que não posso explicar. Fui tomada por um estado de euforia, de alegria, ele estava vivo!

Ps: É com prazer que leio e releio seus textos! Adorei seu blog!
Ps2:Seu recado foi dado para os pais do Gabriel. ;)

Beijão

Ester disse...

Olá querida!

Fiquei contente de saber que vc faz Pedagogia, eu também faço. Terminei Letras ano passado e já engatei na Pedagogia. Meu objetivo é fazer pós-graduação em Psicopedagogia Institucional e Clínica,

Temos além da escrita, o amor as crianças em comum,


Bjs,

Jaya Magalhães disse...

SENSIBILIDADEFILHADAMÃE! É, eu tive de gritar, isso. Porque é fato. Quem quiser sentir igual, é só ler.

Fazer retrato de calor. Conto. Desejo-te então um romance. De felizes para sempre, sim?

Beeeijo, Thami.

Jaya Magalhães disse...

Thami, não.

TAMI!

(:

Me permita disse...

Oi, minha querida! Que bom ter um tempinho para passar por aqui, nesse teu lindo espaço e colher as palavras e sentimentos dos textos... Te desejo um lindo fds!

Bjim!

Glau Ribeiro disse...

"[...] O tempo não pára, você teimava. E eu sempre discordava: Ele pára sim. Pára no momento em que minha mente fotografava cada respirar vivenciado a dois. Até do seu calor eu fiz retrato."

Se disser que estou pensando o que não deveria, você vai brigar comigo, Xu? É que te ler de novo, trouxe um tanto de lembranças, como se tivesse aberto a gaveta e retirado todas as fotos, sabe?

Aiai Céééus. rs!

p.s.: saudade também!!!

Filipe Garcia disse...

Já disse alguém: Viver é recordar. Dos amores, digo que tem dessa delícia de poder reviver em pensamentos as palavras ditas, os gestos cúmplices, os passeios-poemas. E mais: o rastro de saudade deixa a certeza do passado bom e de um eternizar feito carne, dentro. Pra um relembrar constante, e um constante amor.

Belo, Tamires. É o que tenho a dizer.

Beijos!

~*Rebeca*~ disse...

Tamires,

O importante é que voltou e que bom que foi com o seu "Lobobo" favorito prestando essa homensagem que nos deixou emocionados. Essa blogosfera emociona, consegue mostrar o dentro que não fica pra dentro, é simplesmente externado em cada texto escrito e publicado. Não estamos sozinhos, nem mesmo quando palavras parecem solitárias. Amei de todo coração esse carinho do Flávio.

E você moça das palavras lindas, não some mais... viu?

Beijo grande.

Rebeca


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Ricardo Rodrigues disse...

muito bom... essas fotografias (as minhas são sempre em preto e branco) ficam impregnadas no ser... mesmo quando acaba, mesmo quando o sentimento passa, algumas fotos permanecem.

me lembrou uma música do gram. só me esqueci o nome...

Felipe disse...

Como sempre, apaixonante...

Beijocas

Manuela disse...

"Arrasando" ? Vindo de você isso é um grande elogio! Você que arrasa! Você me encanta com suas belas palavras!

Tenho certeza que é uma pessoa muito especial! =)
Beijos

Ricardo Rodrigues disse...

já sou frequentador assiduo. sempre dou uma passadinha para ver como estás. te add no msn

bj