Vestígios

sábado, 6 de setembro de 2008

Voz irracional

Sinto que sozinho não poderei seguir...
Os obstáculos que povoam minha mente,
Também ultrapassaram as barreiras do coração,
De forma tão intensa,
Tão perigosamente intensa,
Que já sinto o murmúrio da solidão
a perseguir o caminho antes percorrido
pelo sussurro sôfrego de um desejo insuportavelmente insistente.
Onde estão as respostas?
Para quais perguntas?
Será que este algoz invisível irá mais uma vez alcançar essa obsessão? Não sei.
Continuo sorrateiro, delirante, buscando respostas que possam calar-me...
Mas será que quero calar o coração e eliciar a razão?
Essa voz racional, eminente e à beira de um precipício sem fim?
Queria ser incapaz de amar, mas assim sendo, também seria incapaz de ser amado.
Ser prisioneiro, tornar-se um personagem que talvez deixe de ser somente fictício é também ser traiçoeiro ao próprio espírito, a própria perseverança, e verdadeiramente
ultrajante à vida e ao que o destino propôs...
Espero, contudo, que este destino exista
e que ele não traga consigo a fria imagem
de uma solidão aparentemente assustadora e perversamente perto da alma.
E que essas respostas tragam suas verdadeiras perguntas, não encobertas de fantasias,
mas revestidas, anonimamente, da realidade...

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